O sofrer no contemporâneo

O sofrer no contemporâneo caracterizado pelas mais variadas manifestações da angústia que se faz presente mesmo que eficientemente encoberta, pela sua cadeia de estrutura de significados.

Diante disso, cabe trazer diálogos com o saber psiquiátrico e da filosofia com o intuito de tratar questões que permeiam a existência humana.

Na sociedade contemporânea se constrói mecanismos nos quais tendem a esquecer a existência do ser.

Isto quer dizer que o caos no mundo moderno é resultado da desumanização do homem.

Logo, voltar o olhar para ele pensando em sua experiência modificam o modo como se olha para a psiquiatria e os seus discursos, o adoecimento e o adoecer.

Se pensa tanto na doença, suas curas e afins que algo acaba sendo esquecido que é a experiência singular de quem sofre que por sua vez é impossível de ser mensurada em escalas ou fórmulas fechadas.

Por isso que é importante escutar o que o sujeito que sofre tem a dizer, pois é por meio desse fator que se alcança a expressão do ser-no-mundo.

 

Medo da morte e Angustia

 

O encobrimento e a patologização da angústia passam a operar nesse espaço como produtoras de subjetividade.

Lembrando que, toda angústia no fundo esconde um medo da morte.

Por isso que atualmente o sujeito tem buscado medidas de controle e segurança com a finalidade de driblar essa condição de morrer.

Esse medo se caracteriza como uma característica própria da época, uma vez que.

Sabe-se que a morte tem se tornado caráter oculto e inaceitável e traz em seu bojo representações indesejáveis para o eu.

Por isso é importante destacar que essa visão tem causado reflexos de desespero e angústias para o sujeito inserido nesse contexto específico.

Dessa forma, o medo da morte, resulta pelo fato dela nos tirar a possibilidade de escolha e esse aspecto acaba desencadeando tais aforismos.

Já que se tem que pensar entre alguma possibilidade capaz de preencher uma existência que busca a perfeição.

O que não se percebe é que a angústia assume uma função em nossa existência, ela tem sua mensagem.

Ela se constitui como uma disposição importante, pois ela reconhece a existência do homem como aberta, rompendo com as nossas referências prévias.

Nos abrindo a possibilidade de uma construção da nossa própria permanência.

Portanto, entende-se que à existência humana perpassa por essas interrogações infindáveis.

É saber que se caminha a todo instante para um abismo desconhecido e jamais poderá escapar do fato de que a morte chegará a qualquer momento.

Sendo este em tempo presente ou futuro.

Por isso é preciso ter consciência da vida com o olhar para finitude, reconhecendo dessa maneira uma essência finita, para que assim já não possa mais temer.

Logo, a morte passa a transformar e ressignificar a vida, permitindo que o sujeito viva apesar dos riscos.

 

REFERÊNCIA

 

RODRIGUES, Joelson Tavares. Terror, medo e pânico: manifestações da angústia no contemporâneo. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.

 

 

 

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